Em 1914, o engenheiro sanitarista Saturnino de Brito idealizou o que viria a se tornar um gigante santista. 100 anos depois, e com 5.335 metros de comprimento e entre 45 e 50 de largura, o jardim da orla de Santos transformou-se em um dos principais cartões-postais da Cidade e também o maior de orla marítima do mundo, de acordo com o>Guinness Book, o Livro dos Recordes.

Os lírios amarelos e brancos, os biris vermelhos e os crisântemos mesclados dão cor aos 900 canteiros que se derramam por quase toda a extensão da praia. Além deles, as árvores emolduram o que já se tornou um orgulho para quem mora em Santos e uma bela paisagem para quem a visita.

Um passeio de bicicleta, um namorico nos bancos, uma volta com o cachorro ou uma corrida para exercitar o corpo. Para todas as atividades, o jardim da orla serve como o palco perfeito, repleto de sombras, cores e perfumes.
 
Há 900 canteiros com 82 espécies diferentes e que conferem um colorido único e especial
Há 900 canteiros com 82 espécies diferentes e que conferem um colorido único e especial


Porém, apesar de idealizado por Saturnino em 1914, foi somente em 1920 que o gigante santista começou a tomar forma e com o objetivo de proteger a própria orla. O então inimigo era a especulação imobiliária e a possibilidade de os prédios tomarem conta de toda a extensão da praia. Essa situação poderia ter criado, além do paredão de prédios, como temos hoje, um segundo cinturão, no lugar do jardim.

Foi por isso que na década de 20 iniciou-se um movimento para ajardinar, estrategicamente, alguns pontos da orla e impedir a construção de prédios nos locais. A luta, principalmente do então prefeito Joaquim Montenegro juntamente com o poeta Vicente de Carvalho, resultou na cessão da área para o Município. Em 1930, foi construído um trecho do jardim, apenas com grama e alguns chapéus-de-sol.

De lá para cá, o jardim foi crescendo. Primeiro, com um traçado retilíneo. Depois, em 1960 foi remodelado e ganhou curvas projetadas pelo engenheiro Armando Martins Clemente. Nas décadas seguintes, adotou formatos geométricos que em 2003, com a inauguração da ciclovia, deram lugar, novamente, às formas curvilíneas.

Espécies 

Os canteiros são distribuídos de maneira que o vento sul cobre primeiro as espécies mais resistentes, que formam uma barreira de proteção dos canteiros internos. Há 82 espécies, sendo que se destacam nessa paisagem os biris vermelhos (Canna indica), crisântemos brancos, amarelos e mesclados (Crysanthemum sp), lírios amarelos (Hemerocalis flava) e brancos (Spathiphiphyllum sp).

Ao todo, de acordo com levantamento botânico, são 1.746 árvores, sendo 943 palmeiras de pequeno e médio portes, de 21 espécies diferentes. Dos outros 803 vegetais restantes, os chapéus-de-sol (Terminalia catappa>) representam 90%.

Fonte: A Tribuna