Empresa holandesa assume consultoria do novo túnel
Simone Queirós, de A Tribuna, 14/04/2013
Projeto terá concorrência até o fim do ano
Atualizado às 10h46
A empresa Royal Haskoning DHV, a mais antiga companhia de engenharia da Holanda, será a corresponsável pelas obras do túnel imerso entre Santos e Guarujá – o primeiro da América do Sul. Com mais de 50 projetos de túneis imersos desenvolvidos pelo mundo, a empresa venceu a licitação no valor de R$ 12,5 milhões, para prestar consultoria ao projeto executivo da obra.
O contrato foi assinado quinta-feira na Dersa, em São Paulo – o que foi acompanhado com exclusividade por A Tribuna. Uma novidade é que a construção poderá contar com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o que talvez possa mudar um pouco o cronograma da obra.
A licitação internacional estava aberta desde julho do ano passado, um mês depois que teve início a execução do projeto executivo. Duas empresas concorreram à licitação, a holandesa Royal e outra dinamarquesa, COWI A/S. Houve recursos e a licitação acabou sendo finalizada somente no mês passado.
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Distâncias entre Santos e Guarujá encurtarão com novo túnel
Projeto executivo do novo túnel é feito por fases
Segundo o presidente da Dersa, Laurence Casagrande Lourenço, a contratação dessa consultoria é fundamental. “É importante para diminuir os riscos associados ao projeto. Estamos trazendo o 'irmão mais velho”.
Diretor da Royal HaskoningDHV, o holandês Anton van der Sanden afirma que a empresa tem experiência em vários países. O maior projeto em desenvolvimento atualmente é um túnel entre Alemanha e Dinamarca, com 90 quilômetros de extensão.
A empresa Royal Haskoning DHV, a mais antiga companhia de engenharia da Holanda, será a corresponsável pelas obras do túnel imerso entre Santos e Guarujá – o primeiro da América do Sul. Com mais de 50 projetos de túneis imersos desenvolvidos pelo mundo, a empresa venceu a licitação no valor de R$ 12,5 milhões, para prestar consultoria ao projeto executivo da obra.
O contrato foi assinado quinta-feira na Dersa, em São Paulo – o que foi acompanhado com exclusividade por A Tribuna. Uma novidade é que a construção poderá contar com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o que talvez possa mudar um pouco o cronograma da obra.
A licitação internacional estava aberta desde julho do ano passado, um mês depois que teve início a execução do projeto executivo. Duas empresas concorreram à licitação, a holandesa Royal e outra dinamarquesa, COWI A/S. Houve recursos e a licitação acabou sendo finalizada somente no mês passado.
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Distâncias entre Santos e Guarujá encurtarão com novo túnel
Projeto executivo do novo túnel é feito por fases
Segundo o presidente da Dersa, Laurence Casagrande Lourenço, a contratação dessa consultoria é fundamental. “É importante para diminuir os riscos associados ao projeto. Estamos trazendo o 'irmão mais velho”.
Diretor da Royal HaskoningDHV, o holandês Anton van der Sanden afirma que a empresa tem experiência em vários países. O maior projeto em desenvolvimento atualmente é um túnel entre Alemanha e Dinamarca, com 90 quilômetros de extensão.
A empresa já esteve presente no Brasil para prestar consultoria às obras do aeroporto de Viracopos. “Estamos muito satisfeitos em fazer este trabalho e ele vai acontecer. Não vamos desapontá-los. Temos bons especialistas, alguns dos melhores do mundo”.
Hans de Wit, especialista da empresa em túneis imersos, afirma que o maior desafio em Santos é que o túnel estará inserido em um canal portuário de intenso fluxo e em uma área urbana. Apesar da empresa nunca ter trabalhado em um projeto igual a este, já se deparou em outros lugares com algumas das características santistas.
“Se olhar as condições de solo, já fizemos. Também já tivemos experiência em portos em Roterdã (Holanda) e na China. Toda essa expertise será trazida para cá”.
Hans afirma que a empresa já auxiliou, por exemplo, na construção de túneis de até 60 metros – o de Santos terá 21 metros. “Cada projeto é especial, porque há vários desafios a serem vencidos: técnicos, portuários, urbanos e em relação ao meio ambiente”.
Na prática, a consultoria vai auxiliar a Dersa a fazer uma análise crítica do projeto executivo. “E para nós seria uma grande dificuldade, porque não conhecemos a metodologia, inédita no Brasil”, afirma Laurence.
Harald Franke, consultor sênior, afirma que um grande efeito disso será a transferência dessa tecnologia aos técnicos brasileiros. Assim, no futuro, caso a Dersa venha a construir outro túnel, não precisará de consultoria. “Os técnicos da própria empresa terão condição técnica de fazer”, afirma Laurence.
Prazo
Laurence estima que a licitação seja publicada no final deste ano, mas o cronograma poderá mudar, caso o BID seja o financiador do projeto. Já a execução da obra deve levar 36 meses. Ele salienta ainda que os impactos ao Porto de Santos estão sendo estudados, para serem os menores possíveis.
“Uma das razões para a gente trazer essa consultoria é ter o mínimo de transtorno possível. Uma das coisas que eles vão nos ajudar é a escolher o tamanho das partes do túnel que serão afundadas”. Quanto menores essas partes, mais demorada fica a obra. Por outro lado, o processo causa menos transtorno aos trabalhos portuários.
Distâncias entre Santos e Guarujá encurtarão com novo túnel
Simone Queirós
Santos e Guarujá estão a menos de 600 metros uma da outra, mas a 45 quilômetros de distância. Com o túnel, esse descompasso entre localização e distância deve sumir.
“Mas não se quer encurtar o caminho de São Paulo ao Guarujá. O túnel é para o morador de Guarujá que vai para Santos e vice-versa. Ou para caminhões que levam carga entre as margens direita e esquerda. Não para o tráfego rodoviário”, explica o presidente da Dersa.
Ele também acredita que a construção do túnel deve modificar mais o perfil de Guarujá, do que o de Santos. “Guarujá é um botão que ainda pode desabrochar. Santos já é uma flor aberta”.
Essa mudança será sentida principalmente no perfil imobiliário guarujaense. “Guarujá hoje ainda tem uma área muito grande ocupada com casas de veraneio. Com o túnel essas casas devem passar a ser de residência fixa. Além disso, com o túnel, Vicente de Carvalho vai valorizar muito, por ser a porta de entrada da Cidade”.
A opinião é compartilhada pelo vice-prefeito de Guarujá, Duíno Verri Fernandes, que está à frente das discussões sobre o projeto na Cidade. “A falta dessa ligação seca hoje é um obstáculo. Guarujá só vai pertencer à metrópole com ela”.
Duíno afirma que o Plano Diretor da Cidade está sendo revisto, já pensando nas inevitáveis mudanças, especialmente no setor imobiliário.
“A região leste, que é onde tem mais área a ser ocupada, vai se desenvolver. Vamos ter que abrir a Avenida Dom Pedro. O novo Plano Diretor trará critérios de ocupação ordenada naquela região”.
“Mas não se quer encurtar o caminho de São Paulo ao Guarujá. O túnel é para o morador de Guarujá que vai para Santos e vice-versa. Ou para caminhões que levam carga entre as margens direita e esquerda. Não para o tráfego rodoviário”, explica o presidente da Dersa.
Ele também acredita que a construção do túnel deve modificar mais o perfil de Guarujá, do que o de Santos. “Guarujá é um botão que ainda pode desabrochar. Santos já é uma flor aberta”.
Essa mudança será sentida principalmente no perfil imobiliário guarujaense. “Guarujá hoje ainda tem uma área muito grande ocupada com casas de veraneio. Com o túnel essas casas devem passar a ser de residência fixa. Além disso, com o túnel, Vicente de Carvalho vai valorizar muito, por ser a porta de entrada da Cidade”.
A opinião é compartilhada pelo vice-prefeito de Guarujá, Duíno Verri Fernandes, que está à frente das discussões sobre o projeto na Cidade. “A falta dessa ligação seca hoje é um obstáculo. Guarujá só vai pertencer à metrópole com ela”.
Duíno afirma que o Plano Diretor da Cidade está sendo revisto, já pensando nas inevitáveis mudanças, especialmente no setor imobiliário.
“A região leste, que é onde tem mais área a ser ocupada, vai se desenvolver. Vamos ter que abrir a Avenida Dom Pedro. O novo Plano Diretor trará critérios de ocupação ordenada naquela região”.
Projeto executivo do novo túnel é feito por fases
Simone Queirós
O projeto executivo do túnel imerso entre Santos e Guarujá está sendo desenvolvido pelo consórcio Engevix/Planservi/Themag Túnel Submerso, que ganhou a licitação, finalizada em maio do ano passado, no valor de R$ 33,6 milhões.
Laurence Lourenço, presidente da Dersa, explica que ele não é um produto entregue pronto, mas feito por fases.
“A partir da contratação do projeto executivo, começou uma primeira fase de análise com o técnico ambiental, para ver se a opção de local, feita do ponto de vista de necessidades viárias, também era exequível do ponto de vista ambiental”.
Ainda neste primeiro semestre, com a supervisão da consultoria, deve ser protocolado o estudo de impacto ambiental, para que se inicie o processo de licenciamento.
Especialistas em VLT
Uma curiosidade é que, além de especialista em túneis imersos, a empresa também é expert em Veículos Leves sobre Trilhos (VLT). “Outra demanda que temos é que esse túnel seja compatível com VLT”.
Paralelamente, também está em andamento o projeto funcional, que define de onde o túnel deve sair, onde vai chegar, quais as características, como a largura, por exemplo.
Só depois, começam os cálculos técnicos e o levantamento de valores para a execução da obra. A Dersa travou uma parceria com a Codesp, para ajudar nesse processo.
“Recebemos deles uma série de estudos que a companhia fez, principalmente para o Cais da Copa. O túnel e o Cais da Copa ocupam praticamente a mesma área. Esses estudos vão nos ajudar a ter um projeto muito melhor”, afirma Laurence.
Laurence Lourenço, presidente da Dersa, explica que ele não é um produto entregue pronto, mas feito por fases.
“A partir da contratação do projeto executivo, começou uma primeira fase de análise com o técnico ambiental, para ver se a opção de local, feita do ponto de vista de necessidades viárias, também era exequível do ponto de vista ambiental”.
Ainda neste primeiro semestre, com a supervisão da consultoria, deve ser protocolado o estudo de impacto ambiental, para que se inicie o processo de licenciamento.
Especialistas em VLT
Uma curiosidade é que, além de especialista em túneis imersos, a empresa também é expert em Veículos Leves sobre Trilhos (VLT). “Outra demanda que temos é que esse túnel seja compatível com VLT”.
Paralelamente, também está em andamento o projeto funcional, que define de onde o túnel deve sair, onde vai chegar, quais as características, como a largura, por exemplo.
Só depois, começam os cálculos técnicos e o levantamento de valores para a execução da obra. A Dersa travou uma parceria com a Codesp, para ajudar nesse processo.
“Recebemos deles uma série de estudos que a companhia fez, principalmente para o Cais da Copa. O túnel e o Cais da Copa ocupam praticamente a mesma área. Esses estudos vão nos ajudar a ter um projeto muito melhor”, afirma Laurence.
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